Pandemia do Covid-19 alerta países para a importância da prevenção
O ano começou com uma novidade que literalmente agitou o mundo: a descoberta de um novo coronavírus que teve seu paciente zero na cidade de Wuhan, na China. No Brasil, a doença chegou no final de fevereiro com um paciente vindo da Itália, e em pouco tempo já tinha casos confirmados em dez estados da federação. O avanço meteórico do Covid-19 – como o novo coronavírus foi batizado – levou a Organização Mundial da Saúde a decretar uma pandemia no último dia 11 de março.
Manter-se informado e saber como se prevenir são as melhores estratégias diante do cenário que vem se desenhando no Brasil. O Ministério da Saúde vem feito um trabalho exemplar desde o início da epidemia na China, e preparou um material completo sobre como lidar com o novo coronavírus e que passos tomar para que a prevenção seja o mais eficaz possível.
O que é o Covid-19?
O Covid-19 foi descoberto no último dia de 2019 e é um agente de coronavírus, uma família de vírus que causam infecções respiratórias em humanos e em animais. A maioria das pessoas passará por ao menos uma infecção por um coronavírus comum ao longo da vida, sendo as crianças pequenas as mais vulneráveis a essas contaminações.
Vem sendo observado que, no caso do Covid-19, os sintomas podem ser leves, desde um nariz escorrendo, dor de garganta, tosse e febre, até mais severos, levando a pneumonia e dificuldade para respirar. A taxa de mortalidade é de pouco menos de 3%, e pessoas mais velhas ou com condições pré-existentes são mais vulneráveis a contraírem a forma mais severa da doença.
De acordo com o biomédico Raphael Rangel, Coordenador do Curso de Biomedicina do IBMR e Delegado do Conselho Regional de Biomedicina – RJ, o grande temor causado pelo vírus não é tanto pela mortalidade, mas pelos desafios de se lidar com ele. “Ele é menos agressivo que uma H1N1; o grande problema é o diagnóstico, que é um diagnóstico molecular”, explica.
Ele revela também que um dos maiores aceleradores na propagação da doença é o contágio fácil. Ainda não se sabe todas as maneiras pelas quais a doença pode ser passada de pessoa para pessoa, mas a transmissão pode ocorrer pelo ar ou pelo contato com secreções como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro e mesmo pelo contato de objetos contaminados com boca, nariz ou olhos.
Por isso, a palavra de ordem é prevenção. O especialista garante que a higiene é de extrema importância. Lavar sempre bem as mãos (vigorosamente e por pelo menos 20 segundos) e evitar levá-las ao rosto é fundamental para conter a transmissão não só do coronavírus, mas de uma série de doenças.
Espirrar e tossir nos cotovelos dobrados, e não nas mãos, é mais uma forma de conter a transmissão de doenças, bem como manter uma distância mínima de 1 metro de quem esteja com esses sintomas – isso vale especialmente para quem trabalha lidando com o público diariamente. Outra maneira de criar uma barreira é o uso da máscara N95, muito usada em laboratório, que bloqueia a passagem de até 95% dos micro-organismos. Mas, por agora, não há necessidade de usá-la.
O que esperar daqui para a frente
Enquanto fica com um olho no coronavírus, o brasileiro – e principalmente o carioca –, precisa manter o outro atento às outras ameaças no campo da saúde. Uma, em especial, é o combate ao Aedes Aegypti e a possibilidade mais do real de um aumento nos casos de dengue, zika e Chikungunya nos próximos meses.
O alerta se repete todos os anos, mas 2020 ganhou um elemento a mais: grande pivô da crise hídrica no Rio de Janeiro, a proliferação de geosmina na água da Cedae deve levar a um aumento na população de mosquitos transmissores da dengue, uma vez que a substância serve de alimento para as larvas. “Devemos nos preocupar mais com essas doenças. Os picos de arboviroses estão acontecendo por volta de abril. Ficar de olho na água parada, usar repelente… todo esse cuidado é importante”, decreta o especialista.
E tanto no caso das doenças transmitidas pelo Aedes, quanto quando o assunto é o novo coronavírus, a dica de Raphael é a mesma: deve-se buscar as informações mais atualizadas nos canais do Ministério da Saúde e de centros de referência, como a Fiocruz. “A cada dia há uma novidade. Repassar informações sobre as quais a pessoa não tem certeza de onde vem, as chamadas ‘fake news’, só atrapalha”, finaliza.