À frente do edifício General Emilio Gallois Filho há dez anos, Patrícia Helena Carvalho Guimarães mantém o caixa equilibrado e obras em dia com boas parcerias

A tranquilidade ao falar explica muito do motivo de a engenheira Patrícia Helena Carvalho Guimarães estar prestes a completar 11 anos na sindicância do edifício General Emilio Gallois Filho, na Tijuca. Seu modo de trabalhar é simples: apostar na manutenção preventiva e em boas parcerias para evitar contratempos. “É a melhor forma de administrar, porque evita surpresas desagradáveis”, garante.

Ela assumiu a gestão do condomínio substituindo seu irmão, que era o síndico anterior. Quando ele se mudou, deixou o cargo vago, e a engenheira acabou sendo eleita. Um detalhe dificulta que apareçam outros moradores dispostos a assumir o mandato: não há desconto ou isenção da taxa condominial para o síndico. Os dez anos no cargo – e ainda contando – são prova o suficiente de que esse porém não faz diferença para Patrícia.

Segura em sua gestão, a síndica conta que mora no edifício desde 1985. Construído em 1965, o General Emilio Gallois Filho possui 18 unidades – são quatro por andar, mais duas coberturas –, um elevador, garagem, salão de festas e um sistema de câmeras de segurança.

Localizado no nº 45 da rua Maestro Villa Lobos, que é sem saída, o condomínio se beneficia ainda da equipe que mantém a vigilância na via 24 horas por dia, o que dá a Patrícia a confiança necessária para manter apenas um zelador durante o dia como funcionário do edifício.

Ao parar para pensar em melhorias que o condomínio precisa atualmente, Patrícia é categórica: “não precisa de nada”. Para chegar a esse ponto, no entanto, muito trabalho foi feito nos últimos dez anos.

Da lista fazem parte a impermeabilização da caixa d’água e da cisterna, a renovação da fechada e manutenção dos prismas de ventilação, a substituição das colunas de água e esgoto, a modernização do interfone, bem como a troca de todas as lâmpadas do condomínio por LED. As intervenções foram tantas que Patrícia não consegue se lembrar de tudo. “Fizemos muita coisa”, diz.

O uso da primeira pessoa no plural não é à toa. A gestão da síndica não é solitária – ao seu lado há um conselho que a ajuda na tomada de decisões e bate o martelo quando um assunto precisa ser levado à assembleia. “Tenho muito que agradecer, porque uma boa gestão depende também de um bom conselho”, afirma.

Além dele, ela destaca a relação de confiança com o zelador, ainda que esteja na função há apenas alguns meses. O anterior se aposentou depois de 47 anos de serviço ao condomínio, e chegou a ganhar uma festa de despedida da síndica e dos moradores antes de pendurar as chuteiras. Estar afinada com o único funcionário do condomínio, segundo Patrícia, é fundamental.

Fomentar esses relacionamentos, explica a engenheira, é a base de uma boa administração. Vale não só para o seu conselho e o zelador, mas também com as empresas que contrata para realizar obras, consertos e manutenções pelo edifício, bem como com a administradora do General Emilio Gallois Filho. “Com bons parceiros, mesmo tendo percalços pelo caminho, é possível ir contornando da melhor forma”, defende.

Isso se estende ainda para a relação que a engenheira mantém com os moradores – muitos deles de longa data, como ela. O condomínio conta com dois quadros de aviso – um dentro de elevador e outro no final da escada –, assim como um livro de ocorrências. Mas Patrícia está sempre disposta a conversar com os condôminos quando a abordam, muitas vezes pelo próprio sistema de interfone que, depois de trocado, agora permite a comunicação entre os apartamentos.

Quanto ao caixa, a palavra de ordem é equilíbrio. A síndica garante que que a melhor maneira de gerir é ter sempre uma reserva para o caso de qualquer eventualidade, e por isso inclui uma cota extra toda vez que uma obra se faz necessária. “É preciso ter uma reserva boa”, afirma.

Enquanto concilia o trabalho no General Emilio Gallois Filho com a gestão de outros condomínios, Patrícia revela que pretende continuar como síndica, a não ser que outro morador apareça disposto a tocar o barco. “Dá para conciliar tudo perfeitamente”, diz. E resume: “não faço a minha vontade, mas a de todos. E uma forma bem consciente de administrar”.

Sobre o edifício General Emilio Gallois Filho

Localizado no nº 45 da rua Maestro Villa Lobos, na Tijuca, o edifício General Emilio Gallois Filho conta com 18 apartamentos, sendo duas coberturas, divididos por quatro andares. Com salão de festas, um elevador, garagem e um sistema de câmeras de segurança, o condomínio tem apenas um zelador, e se beneficia da segurança 24 horas da rua onde fica, que é sem saída.

Síndica desde 2009, Patrícia já realizou inúmeras melhorias no edifício. Além das já citadas, ainda foi feita a substituição das minuterias nos corredores dos andares por sensores de presença tipo soquete, o que facilita a troca quando necessário, assim como a substituição da grade na entrada por blindex, resultando na valorização das jardineiras. Os portões das garagens também foram trocados por novos em alumínio galvanizado com pintura eletrostática, e passaram a ter a abertura automatizada através de controle remoto. A porta de pedestres foi substituída por uma no mesmo material.