Depois da violência dos arrastões, a nova onda de assaltos e furtos põe em xeque os métodos anti-invasões usados até aqui

Todo mundo tem uma história para contar sobre invasões, roubos e furtos em condomínios residenciais. Pouco se fala, entretanto, sobre o porquê de tanta recorrência.

Pensar criticamente em como o quesito segurança foi conduzido até aqui é um exercício difícil. Significa encarar as fragilidades do condomínio e, talvez, constatar que a gestão encontrou uma zona de conforto.

Pontos que devem ser revistos:

  1. Porteiros mal-treinados
    Os especialistas são unânimes: a tecnologia é importante, mas não é o principal fator que garante a segurança de um condomínio. É muito importante fazer uso dela, ter um bom poder de inibição para o assaltante.
    Mas o fator humano, que é o elo mais frágil da corrente, ainda é essencial.
    Não podemos esperar o bom senso do porteiro; e sim, que tenha tudo predefinido e conheça bem o fluxograma, como agir em caso de tentativa de invasão. E, nesse sentido, ele precisa de treinamento e de todo o respaldo do síndico e do zelador.
  2. Condôminos descuidados
    Não podemos nos esquecer que precisa haver normas de procedimentos e obrigações também para os condôminos. Muitas vezes, eles forçam o porteiro ou o zelador a cometer erros.
    O descuido do morador é outro agravante a ser considerado.
    Exemplo: Um morador que está saindo e tem uma pessoa na entrada. Este morador não fecha o portão e deixa a pessoa entrar, sem saber quem é. O porteiro também deixa; Também são comuns os casos de moradores que fazem festas, sem que haja controle dos convidados.
  3. Falta de projeto de segurança adequado
    Todo projeto de segurança tem necessariamente que ser específico para o condomínio, e elaborado por consultores independentes. Isso porque pode haver conflito de interesses se um consultor trabalha para uma empresa de segurança, e cada empreendimento tem características muito próprias – localizados áreas mais perigosas ou menos; em que prevalecem crianças ou idosos; se as tecnologias digitais não funcionam; o tamanho do condomínio, número de portarias e garagens; e por aí vai.
  4. Portaria remota de má qualidade
    Uma portaria remota de qualidade, a responsabilidade pelo funcionamento do sistema 24 horas deve ficar a cargo da empresa.
    Para dar conta do recado, a empresa deve ser bem estruturada, oferecer um sistema completo que envolva e suporte com eficiência todo o sistema de comunicação, imagens, controle de acesso de carros e pedestres, portões, internet estável, alto nível tecnológico, e ainda oferecer garantias em contratos.
    Vale ressaltar que a portaria remota que só faz a gestão do interfone tem inúmeras desvantagens e fragilidades com relação à outra. Não tem detecção de arrombamento de uma porta, um motor ou de falha no interfone que foi instalado.
  5. Equipamentos de segurança obsoletos
    Equipamentos que não funcionam bem ou são facilmente desarmados pelos bandidos não podem ser considerados bons aparatos de segurança. Também não adianta investir uma vez e não fazer a manutenção ou modernização.
    Se o condomínio investe em tecnologia e bons equipamentos de segurança, com a devida manutenção, tem meio caminho andado para coibir a ação de bandidos.
    Reconhecimento facial, câmeras inteligentes, e biometria estão entre as inúmeras tecnologias que o mercado oferece atualmente para monitorar, controlar acesso, detectar e bloquear a presença estranha dentro e no perímetro do condomínio, além de realizar a comunicação necessária. Muitos desses equipamentos são controláveis pelo smartphone, via apps.

O ideal dos mundos é que os três aspectos – ótimos recursos físicos, tecnológicos e humanos – caminhem juntos e em equilíbrio. Somado a tudo isso, é fundamental que haja uma mudança de mentalidade, tanto dos prestadores de serviços, quanto dos moradores e proprietários dos condomínios.
O síndico tem que estar atento às necessidades de seus funcionários, em especial dos porteiros, mas também do zelador; e fazer a comunicação periódica com os condôminos.

Portanto, é muito importante realizar treinamento com os funcionários e, pelo menos, uma vez a cada seis meses.

fonte: www.sindiconet.com.br