Cuidados na contratação de empresas na hora de impermeabilizar móveis em casa são fundamentais para evitar acidentes
No final de junho, uma explosão num apartamento no 6º andar de um edifício no bairro Água Verde, em Curitiba, assustou quem passava por perto. Pudera: o acidente foi tão grave que um menino de 11 anos foi arremessado para fora do prédio com o deslocamento de ar, e acabou não resistindo. O que chama mais a atenção foi a causa da explosão: ela aconteceu enquanto um funcionário de uma empresa especializada fazia a impermeabilização do sofá, na sala. A criança dormia num dos quartos. O cenário de destruição resultante – as paredes da unidade, incluindo as externas, desabaram – levanta um alerta ao redor do tema. Há maneira segura de se impermeabilizar móveis dentro de casa?
Os funcionários responsáveis pela aplicação do produto nesse caso específico no Paraná, segundo depoimentos à polícia, não sabiam que a substância usada era inflamável e não tinham recebido qualquer treinamento de segurança. A única orientação que deram ao proprietário do imóvel foi de abrir as janelas, pois o cheiro era muito forte. Essa falta de preparo precisa ser o primeiro ponto a ser investigado antes de se contratar uma empresa de impermeabilização – a atenção à segurança e o treinamento adequado dos técnicos responsáveis são fundamentais.
Para conhecer o resultado de um trabalho bem feito, basta recorrer à internet: há alguns anos, os vídeos mostrando estofados impermeabilizados vêm pipocando pelas redes sociais, e são hipnotizantes. De fato, o serviço é a melhor maneira de evitar manchas e manter móveis, como sofás e poltronas, bem conservados por mais tempo. Isso vale especialmente em casas com crianças e animais de estimação. A medida preventiva é um bom investimento no longo prazo, pois estica a vida útil da peça em questão.
Isso, é claro, se a impermeabilização for bem feita. O objetivo dela é repelir líquidos e evitar que os pelos dos pets e mesmo a poeira impregnem o tecido – mas não o deixam imunes a outros agentes, como tinta de caneta, por exemplo. Vale dizer que substâncias como vômito e urina, mais ácidas, também podem atingir mesmo o estofado impermeabilizado.
Na hora de escolher uma empresa para fazer o serviço, é importante perguntar por selos e certificados, e se assegurar de que o produto utilizado não é inflamável. Caso seja e não haja outra opção, solicite que a impermeabilização não seja feita em casa, mas na empresa ou num lugar onde o risco de um acidente seja mínimo. Outra preocupação é questionar se o produto é à base de solvente, que pode vir a deixar o estofado mais duro, fazendo até com que ele venha a apresentar pequenas rachaduras com o uso.
O tempo para a realização do serviço vai depender de uma série de fatores, que vão desde as condições climáticas no dia e o tamanho do estofado a receber o produto. Em geral, não costuma durar mais de uma hora, mas é necessário esperar o impermeabilizante aplicado secar antes de usar o móvel em questão – que pode levar mais duas ou três horas.
Para que o cheiro incomode o mínimo possível, é importante deixar o ambiente bem ventilado durante a aplicação. O odor desaparece já durante a secagem, e não fica impregnado no estofado – isso, é claro, num serviço bem realizado.
A etapa seguinte é determinante para prolongar o efeito da impermeabilização no móvel. A manutenção depende apenas do usuário, que deve aspirar o pó e passar um pano seco uma vez por semana. O serviço costuma durar cerca de um ano, quando precisa ser repetido. Ao fazê-lo, repasse o checklist de segurança antes de contratar uma empresa. Mais do que um sofá limpo, o importante é manter a segurança como prioridade.
Fonte: Revista Atitude nº 27