Zeneci Garcia de Oliveira, síndica do edifício Cristina, na Tijuca, aposta no diálogo e na tomada de decisões compartilhada para ter bons resultados

A gaúcha Zeneci Garcia de Oliveira já somava vinte anos morando no edifício Cristina, na Tijuca, quando foi indicada por uma vizinha para candidatar-se ao posto de síndica, que havia vagado recentemente. Desde então, entra ano e sai ano ela administra o condomínio sem oposição, e não tem planos de deixar o posto tão cedo. “Enquanto o pessoal achar que está bom, vou ficando”, garante.

Uma das grandes chaves da gestão de Zeneci para o condomínio é contar com uma administração colegiada – todas as decisões, salvo as emergenciais, passam antes pelo crivo do conselho, que a dá suporte. Quando é necessária uma reforma dispendiosa, a síndica recorre a uma assembleia para envolver todos os moradores.

É assim que ela vai mantendo o edifício Cristina, uma construção de 1971 que possui 34 apartamentos e duas coberturas divididos por nove andares. Formada em administração de empresas e direito, mas já aposentada, a síndica conta que raramente precisa mediar conflitos, a não ser quando se envolve um dos calcanhares de Aquiles do prédio: a garagem.

O Edifício Cristina é de uma época em que poucos tinham carro, e, portanto, o edifício tem apenas 20 vagas para 36 unidades. Os tempos mudaram e com ele o número de veículos em circulação, o que vira e mexe causa alguma dor de cabeça para a síndica, uma vez que não há espaço para todos.

Fora isso, ela afirma, os moradores estão satisfeitos com a maneira com a qual o condomínio vem sendo manejado. Além do conselho, Zeneci conta com a ajuda de quatro funcionários – todos da mesma família. O vigia noturno, Manoel, tem 20 anos de serviço só no Cristina, enquanto seu irmão, João, chegou à marca dos 16. Os filhos dos dois agora também trabalham no Cristina, e a ajuda dos quatro, segundo a síndica, é inestimável.

A comunicação também é sempre uma via aberta para a síndica, que se coloca à disposição do condomínio sempre que possível. Quando há um problema ou questão que demande sua intervenção, os moradores não hesitam em telefonar, tocar a campainha, interfonar ou, em último caso, deixar um recado na portaria para que Zeneci fique a par do assunto.

Desde que cheguei aqui trabalho para conscientizar as pessoas disso. E se algo não estiver funcionando, a chave é conversar” – Zeneci

E apesar de antigo, o edifício anda muito bem conservado. Uma das principais obras feitas durante a sindicância de Zeneci foi a modernização dos elevadores, que reduziu absurdamente o custo com troca de peças que o condomínio costumava ter anualmente. Além disso, o prédio realizou apenas as reformas necessárias após a autovistoria, que só será repetida agora em 2021.

Com os gastos equilibrados, o caixa também anda bem. Mesmo com a virada do ano, a síndica conta que não houve reajuste na taxa condominial pois, junto ao conselho, conseguiu economizar no ano passado. O plano agora é engordar a reserva para pintar o prédio sem a necessidade de fazer cota extra.

Já se alguma coisa sai do prumo, a estratégia de Zeneci é deixar os ânimos se acalmarem para resolver o conflito na base da conversa. “O melhor é esperar passar o calor do momento e dialogar”, diz a síndica, que elege o relacionamento como o segredo de uma boa gestão.

Segundo ela, é preciso ter a consciência de que não se está administrando uma coisa sua – o condomínio, afinal, é de todos. Então ter cuidado é fundamental. “Desde que cheguei aqui trabalho para conscientizar as pessoas disso. E se algo não estiver funcionando, a chave é conversar”, decreta Zeneci.

Sobre o edifício Cristina

Construído em 1971, o edifício Cristina, localizado no nº 519 da Rua Antônio Basílio, na Tijuca, possui nove andares, por onde estão distribuídos 34 apartamentos e duas coberturas. A garagem não atende a todos os moradores, com somente 20 vagas, e o prédio não conta com um play – apenas uma área de convivência, onde há uma churrasqueira.

Com portaria 24 horas, o condomínio funciona com quatro funcionários em folha, todos da mesma família. Entre as obras mais recentes, o edifício modernizou seus dois elevadores – um social e um de serviço –, numa reforma que representou um grande investimento que será revertido em uma enorme economia na manutenção daqui para frente.