Há pouco tempo no cargo, o síndico Michel Chamovitz usa sua bagagem e conhecimento para administrar com eficiência o condomínio em Copacabana

Uma breve conversa com o advogado imobiliário Michel Chamovitz é o suficiente para pensar que o dia dele deveria ter no mínimo 36 horas. Síndico do edifício Dallas, em Copacabana, há apenas três meses, ele já teve tempo de implementar uma farta lista de melhorias no condomínio, enquanto concilia um sem número de atividades ao longo da semana. Parece cansativo, ou mesmo impossível, mas ele garante que não tem segredo: basta ter organização.

A história de como ele veio a ser eleito síndico do Dallas não é das mais comuns. Foi uma sucessão de acontecimentos que o levaram até lá. Síndico de um prédio na rua Inhangá, ele foi convidado por uma senhora para representá-la na assembleia do edifício Dallas. Como combinado, ele foi, e conta que foi uma confusão. Surgiu uma questão que ninguém sabia explicar, então ele se prontificou a esclarecer o que era – e era o único que sabia.

A partir daí, outras perguntas surgiram, e ele começou a respondê-las, dando sugestões de como resolver os problemas. “Perguntaram se eu não queria ser síndico, então coloquei meu nome e na eleição seguinte fui eleito com mais da metade dos votos. Meu conhecimento pesou na escolha”, lembra.

Assim, desde o início de junho, Michel assumiu a gestão do Dallas, o que faz ao lado de um conselho formado por três mulheres. A tarefa não é simples: o edifício é misto, com lojas no térreo, salas comerciais no segundo piso e apartamentos do terceiro ao 12º (e último) andar. No total, são 160 unidades, e um universo de aproximadamente 350 pessoas.

Localizado no número 420 da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, o prédio tem portaria 24 horas e conta com três elevadores, mas não tem garagem ou área comum – a não ser uma salinha no último piso que é usada para as assembleias. Michel não mora nele, mas sua casa é perto, e sua disponibilidade é total.

Uma das primeiras medidas tomada pelo advogado ao assumir a sindicância foi instalar nos elevadores um acrílico para divulgar avisos aos condôminos. Foi assim que os convidou para uma “Conversa com o Síndico”, num movimento para envolvê-los mais nas tomadas de decisão do Dallas. “Falei para cada um levar um lanche, e virou uma confraternização. O pessoal gostou”, lembra Michel. Desde então já foram feitas mais duas reuniões. Isso por si só foi uma grande mudança em relação à administração anterior, que realizava apenas uma assembleia por ano.

Atitudes como essa representam bem o estilo proativo de o advogado atuar. Além dos encontros com os condôminos – e que envolvem também inquilinos –, ele revela que já reduziu alguns contratos, trocou a parte elétrica das bombas d’água para economizar energia, está no processo de reivindicar com a Cedae um corte na cobrança da conta de água do condomínio e vem substituindo as lâmpadas do prédio por lâmpadas de LED. Quanto aos inadimplentes, fez acordo com a maioria deles, e renegociou os juros do saldo devedor do condomínio.

A lista continua – e isso em pouquíssimo tempo. Quem pensa que é só está enganadíssimo: Michel tem uma administradora, é síndico em mais dois edifícios e subsíndico em outros dois, é facilitador do Empretec, do Sebrae, e dá aula de gestão. “Aos sábados e domingos pego minha bicicleta e passo pelo prédio para ver o que está acontecendo”, garante.

Mesmo que não esteja presente nele fisicamente o tempo todo, Michel está sempre à par do que acontece no Dallas. Em todo aviso que coloca nos elevadores divulga ainda seu e-mail e seu número de whatsapp, através dos quais os condôminos podem contactá-lo a qualquer hora do dia.

Outro canal que ele reativou é o livro na portaria, onde todo pedido aos porteiros deve ser registrado para que haja uma formalização do que é feito. O livro recebe ainda sugestões, elogios e reclamações.

A chave para manter tudo funcionando, decreta Michel, é fazer um mapeamento de processos, estabelecendo rotinas e não deixando acumular. Além de, se possível, ter uma boa equipe, e manter o conselho sempre informado sobre o que está acontecendo. “Isso dá segurança para eles e para o prédio”, diz.

Sobre o edifício Dallas

Edifício misto, o Dallas ocupa o nº 420 da Av. Nossa Senhora de Copacabana, e conta com 160 unidades em 12 andares. Com lojas no térreo, salas comerciais no segundo andar e apartamentos nos demais pisos, o prédio tem três elevadores, mas costuma funcionar com apenas dois, à exceção dos horários de pico.

Com muitas unidades alugadas por temporada, o prédio tem regras bem específicas de convivência, e sua segurança é garantida por câmeras e um circuito interno de monitoramento, além de portaria 24 horas. Em sua equipe, o Dallas possui dois porteiros, um vigia, e dois faxineiros.

Desde que assumiu a sindicância, além de tudo o que já foi listado, Michel também consertou os interfones, colocou em funcionamento um dos elevadores, que estava parado, e reduziu os gastos com material de limpeza.

Para aumentar a participação dos condôminos nas tomadas de decisão do edifício, comprou ainda cadeiras para a sala usada para reuniões no último andar (antes elas eram alugadas para cada assembleia), e já realizou três encontros em apenas três meses.

Para o futuro, Michel quer fazer uma reforma no telhado para evitar infiltrações, sanar infiltrações que já existem, e rever a sala dos elevadores.